O requerimento para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio foi protocolado pela deputada Edna Sampaio no dia 20 de agosto. Até a tarde desta terça-feira (26), 11 assinaturas constavam no documento, contudo a decisão sobre instauração do procedimento será divulgada somente amanha, pois ao menos 4 parlamentares já manifestaram interesse em remover o apoio. Para a CPI são necessários 8 votos.
Um dos nomes ausentes é do parlamentar Gilberto Cattani (PL), que teve a filha, Raquel Cattani, vítima de feminicídio no ano passado.
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Conforme apurado pelo jornal A Gazeta, os parlamentares da base teriam sido pressionados pelo governo do Estado a removerem as assinaturas sob o argumento de que uma CPI geraria grande desgaste e prejuízo às eleições do ano que vem.
Vale destacar que, proporcionalmente, Mato Grosso é campeão de feminicídios pelos segundo ano consecutivo. Também tem as cidades com maior índice de estupros de mulheres e vulneráveis.
“Não podemos tratar o feminicídio como uma mera briga de casal. Não é algo pontual. É estrutural e retrato de desigualdade. Quer desigualdade maior do que a entre homens e mulheres. Até pouco tempo a mulher não poderia fazer uma ligadura sem autorização do marido”, argumentou a deputada Edna.
A parlamentar afirma que a CPI tem muito a acrescentar em relação à investigação quanto ao investimento para o combate à violência, rede de apoio às vítimas, rede de proteção, renda para essas mulheres.
“Como podemos proteger as mulheres, se não há cuidado e cidadania a elas que são maioria do nosso povo. É preciso identificar e sanar nossas falhas. Não podemos ter como base o achismo”, declarou. “A CPI tem papel de dar luz a esses pontos e os responsáveis tem que vir e dar explicações”, frisou.
Veja quem assinou
Edna Sampaio (PT)
Wilson Santos (PSD)
Doutor João (MDB)
Janaina Riva (MDB)
Thiago Silva (MDB)
Lúdio Cabral (PT)
Faissal Kalil (Cidadania)
Elizeu Nascimento (PL)
Sheila Klener (PSDB)
Eduardo Botelho (UB)
Júlio Campos (UB).
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