Análise mostra força de Mauro e desafios de rivais na corrida ao Senado em MT

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A corrida pelas duas vagas ao Senado em Mato Grosso nas eleições de 2026 já começa com cenários distintos entre os pré-candidatos. A cientista política e doutora em Sociologia, Christiany Fonseca avalia que a pesquisa do Instituto Índice mostra um destaque do governador Mauro Mendes (União Brasil) no panorama inicial da disputa, liderando com folga, e aponta os desafios para os rivais. Segundo analista, trata-se de uma eleição peculiar, já que cada eleitor poderá votar em dois nomes, o que amplia a complexidade das estratégias.

 “Não basta buscar protagonismo individual. Os candidatos precisam também se mostrar viáveis em combinação com outras opções no imaginário do eleitorado”, explica.  Rdnews

A cientista política e doutora em Sociologia Christiany Fonseca

A pesquisa, que foi realizada entre os dias 22 e 29 de agosto de 2025 – com 2.054 entrevistas presenciais nas 12 regiões administrativas do estado -, mostra Mauro Mendes na frente, com 38,85% na estimulada e 30,70% na espontânea. Em seguida ficou a deputada estadual Janaina Riva (MDB) e o deputado federal José Medeiros (PL). Para Fonseca, esse resultado mostra que Mendes é hoje o nome mais consolidado na disputa. “O dado espontâneo é particularmente relevante, porque indica que o eleitor lembra do nome dele mesmo sem ajuda. Isso mostra visibilidade e capital político robusto”, afirma.

Além disso, Mendes apresenta baixa rejeição (8,87%) e ainda é bem visto por parcelas do eleitorado bolsonarista. “Mesmo sem declarar candidatura, ele já ocupa espaço central no debate público estadual”, acrescenta.

Janaina Riva mantém presença relevante

Em segundo lugar, aparece a deputada estadual Janaina Riva (MDB), com 17,75% na estimulada e 13,67% na espontânea. Fonseca lembra que Janaina construiu sua força em eleições anteriores, sendo a deputada mais votada do estado. “Ela tem uma base territorial estável, mas também enfrenta uma rejeição de 12,71%, o que precisa ser considerado num cenário de voto múltiplo”, pontua.

A cientista política também destaca a possibilidade de alianças: “Se houver composição com nomes como Wellington Fagundes, Janaina pode ampliar seu campo de atuação”.

José Medeiros cresce com base bolsonarista

O deputado federal José Medeiros (PL) aparece em terceiro lugar, com 11,27% na estimulada e 10,79% na espontânea, sendo o pré-candidato com menor rejeição (3,36%). Para Fonseca, isso indica espaço para crescimento. “Medeiros tem lastro no bolsonarismo raiz e uma base própria, o que o coloca em posição estratégica. A baixa rejeição é um ativo importante”, analisa.

Carlos Fávaro enfrenta resistências

O ministro da Agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) registra 8,63% na estimulada e 4,56% na espontânea, mas carrega a maior rejeição (15,11%). Segundo Fonseca, sua candidatura enfrenta dilemas. “Ele está em transição: antes tinha proximidade com o agronegócio, hoje é mais associado ao governo Lula. Isso cria dificuldades, porque não encontra ancoragem sólida nem na esquerda nem no agro”, explica.

Pedro Taques segue indefinido

Ex-senador e ex-governador, Pedro Taques surge com 7,67% na estimulada e 4,80% na espontânea, além de 11,99% de rejeição. Para Fonseca, o futuro político dele ainda é incerto. “Sem partido e sem alianças claras, ele permanece como incógnita. É improvável que vá para a direita, que já tem nomes consolidados, mas não há sinais concretos de articulação em outros campos”, avalia.

Antônio Galvan tem pouca visibilidade

Com 4,32% na estimulada e 2,40% na espontânea, o ex-presidente da Aprosoja Antônio Galvan aparece entre os últimos colocados. “Ele é identificado com o bolsonarismo, mas sua visibilidade é restrita ao agro. Fora desse nicho, ainda é pouco conhecido”, diz Fonseca. Segundo ela, Galvan disputa espaço com nomes mais estruturados no mesmo campo, como Medeiros.

Retrato do momento

Por fim, Fonseca ressalta que a pesquisa mostra apenas o cenário atual e não representa uma previsão definitiva sobre o resultado eleitoral, visto que está sujeito a mudanças até 2026,

“Ao longo do tempo, diversos fatores podem alterar de maneira significativa o quadro atual: mudanças de partido, decisões estratégicas, articulações políticas, alianças, desistências e lançamento de novas candidaturas, entre outros. Por isso, a análise dos dados deve sempre vir acompanhada de leitura crítica, interpretativa e contextualizada, como a que se apresenta neste material”.

Link da Matéria – via RD News

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