O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirma que o julgamento da suposta trama golpista, que tem entre os réus o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), não passa de uma encenação porque todos já conhecem o desfecho que deve ser a condenação. “Um julgamento parte da presunção de que o réu é inocente até que se prove o contrário, no caso ali é diferente, é um teatro, onde não há a menor possibilidade do réu, em qualquer momento justificável, reverter uma decisão previamente já tomada. O Bolsonaro está condenado antes mesmo de participar da eleição de 2022, antes mesmo, ainda no mandato, ele já era condenado por qualquer coisa”, dispara.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou ontem (1º) o julgamento que pode condenar Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022, quando Lula (PT) foi eleito presidente da República. O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Para o Abilio, entretanto, a punição judicial visa apenas impedir que Bolsonaro volte a comandar o Brasil, tendo em vista que lidera as pesquisas de intenção de voto. “Eles precisam retirar o Bolsonaro da disputa eleitoral, até porque se o Bolsonaro participar o Lula não mantém e o que a gente vê são os ministros estão defendendo a sua própria sobrevivência, o risco de tudo isso que está acontecendo, esse rompimento do Estado Democrático de Direito, do processo jurídico como tal, é a gente romper com a democracia com o discurso de defendê-la, então assim, nós estamos num momento muito crítico da história do nosso país”, dispara.
Considerado “bolsonarista raiz”, Abilio prospecta que a crise internacional com os Estados unidos pode ganhar novos capítulos, existindo a possibilidade de que Donald Trump aplique a lei Magnitsky aos ministros que condenarem o Bolsonaro e também aos presidentes da Câmara Federal Hugo Motta (Republicanos-PB) e do senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) “por omissão diante desse rompimento do Estado Democrático de Direito”. Segundo ele, que é ex-deputado federal, se isso ocorrer os presidentes dos Poderes poderiam declarar que estão sobre um ataque à soberania brasileira e acelerar a implementação da unificação das eleições, mas para 2028.
“Eu tenho ouvido bastante nos corredores de Brasília, que se aplicar a Magnitsky ao presidente da Câmara, ao presidente do Senado, ao invés de unificar as eleições para 2030, como está previsto no projeto, eles unificariam as eleições para 2028, postergando dois anos o mandato dos senadores, com qual intenção? Manter os senadores que lá estão protegendo os ministros do STF e a intenção de jogar a eleição do país para a posterior eleição americana, tendo em vista que o Trump não pode ir para o terceiro mandato na Constituição americana, e aí eles jogariam para que depois de Trump sair do governo, ter a eleição no nosso país”, diz sem apontar nenhuma fonte oficial sobre a suposta estratégia.
Na avaliação do liberal, todas as ações do Supremo visam blindar os ministros, uma vez que no ano que vem a expectativa é que a direita amplie o número de parlamentares no Senado, o que permitirá que enfim se reverta, segundo ele, os abusos que são cometidos pelo STF.
Julgamento
O julgamento teve início ontem, mas se estenderá até o final da semana que vem (12 de setembro). O relator, ministro Alexandre de Moraes, leu o relatório da ação penal, documento que contém o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, última fase antes do julgamento.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais acusados. Na parte da tarde, os advogados dos acusados subiram à tribuna para as sustentações orais em favor dos réus.
A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão. (Com informações da Agência Brasil)
Quem são os réus? Jair Bolsonaro – ex-presidente da República; Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier- ex-comandante da Marinha; Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022; Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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