Rodinei Crescêncio/Rdnews
Após mais um caso de mulher morta pelo companheiro em Mato Grosso, a senadora Margarethi Buzetti (PSD), lamentou que o país está perdendo a guerra para o feminicídio. A parlamentar reflete que somente penas duras não irão resolver o problema porque o Estado é machista e, por isso, lidera os índices negativos. A fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro , 33 anos, foi morta a facadas, dentro de casa, na avenida das Sibipirunas, na região do centro de Sinop (a 500 km de Cuiabá). O autor do crime seria o namorado dela, Lucas França Rodrigues , de 22 anos, preso em flagrante.
Segundo a PM, Lucas foi encontrado em estado de surto psicótico. Durante audiência de custódia, a defesa do homem pediu exame de sanidade mental. Além disso, o pai dele apresentou, na delegacia, um laudo atestando a esquizofrenia de Lucas e que ele já teria passado por uma clínica psiquiátrica. Isso, no entanto, será averiguado. Indignada com o crime brutal, a senadora reage. “Não sei se é esquizofrênico, para mim tinha que apanhar”, dispara.
A senadora, autora do pacote anti-feminicídio, que endurece as leis para esse tipo de crime, disse que as mortes de mulheres só vão acabar quando mudar a mentalidade masculina. “O país está perdendo a guerra por feminicídio. Como impedir o crime que aconteceu em Sinop, dentro de casa? O cara pega uma faca de cozinha e mata. Nós só vamos impedir quando nós mudarmos a consciência masculina”, afirma em entrevista com a imprensa na manhã desta quinta-feira (28), durante o Fórum de Sustentabilidade e Desenvolvimento Econômico, promovido pelo Lide Mato Grosso em parceria com ALMT, que reúne políticos e empresários para debater temas ligados à economia verde e aos desafios da transição energética, em Cuiabá.
“A ideia da pena maior é o que restou no momento fazer, uma pena maior. Agora, se você falasse, por exemplo, numa prisão perpétua, eu defendo, mas não adianta defender se ela é inconstitucional, é uma causa pétrea da Constituição e não vejo espaço para mudar agora”, lamenta.
Para ela, deve se ensinar a criança desde cedo para não agredir mulheres. “[Precisa de uma] mudança cultural, trabalhar na educação, trabalhar com as crianças. Desde que nasce, a mãe também ensinar o seu filho, o menino, que ele tem que respeitar as meninas, que a menina tem o mesmo direito que o menino”
Questionada, a senadora disparou que Mato Grosso é um estado machista. “É um Estado machista. Tem outros que também são, mas é cultural, é um machismo estrutural. Nós temos que mudar isso, porque o homem acha que ele pode se apossar da mulher, e se ela não quer mais viver com ele, ele vai lá e a mata”, completa.
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